sábado, 8 de fevereiro de 2020

Um Apelo aos Partidos Socialistas



A negação do evento religioso dentro de uma estrutura de opressão é simplesmente loucura.

No ambiente em que nos encontramos, o ser humano precisa de apoio emocional e social, e o fenômeno religioso provêm de forma relativamente estruturada ambos.

Sendo assim, cabe aos movimentos revolucionários realizar o famigerado trabalho de base de base e oferecer uma alternativa as pessoas, para que essas possam trocar complacência e acomodação por revolta e esperança por mudança, e identidade social religiosa por identidade coletiva como trabalhador e consciência de classe (ou, dependendo, não trocar, mas mesclar ambas as identidades).

Como nos relatava Rosa Luxemburgo em seu tempo, os intelectuais socialistas se reuniam para deliberar sobre a utopia a ser "pregada" aos trabalhadores ao mesmo tempo em que essa deliberação deveria ser construída junto a classe proletarizada não acadêmica. Uma metodologia que não tinha como não falhar e que vemos ser repetida e que voltou a falhar recentemente no contexto latino americano recente.

A Teologia da Libertação e a Teologia do Povo (na vertente argentina) entendem que a linguagem religiosa não deve ser abandonada ao realizar o trabalho de base dar ferramentas para a construção da consciência de classe, muito pelo contrário. A mesma deve ser incorporada ao discurso e amplamente usada ao for analisado coerente, tendo em vista a materialidade histórica do corte geográfico e temporal.

Por conta do abandono e negação da realidade religiosa da classe trabalhadora que hoje temos uma bancada evangélica ultra conservadora que tem como único propósito de criar um inimigo externo, sejam eles membros da comunidade LGBT ou mesmo membros de outras igrejas, para que a população trabalhadora extravase seus frustrações mundanas em si própria e não nos responsáveis pela nossa exploração diária e nossa condição precária.

Mas essa situação como ela se encontra atualmente, não só no Brasil, mas na América Latina em geral, vide o golpe dado pelas lideranças religiosas na Bolívia em 2019, irá demandar coordenação, muito trabalho e uma forte capacidade de adaptação narrativa, mas nada é irreversível.



Paz entre nós. Guerra aos mestres.
Share:

0 comentários:

Postar um comentário